“Infraestrutura não nos diferencia no mercado”, diz Honerkamp. “Para ser uma empresa estratégica, é preciso entregar valor em ferramentas tecnológicas que reforçam o relacionamento com os clientes, ou ainda usar a TI como arma contra a concorrência. Todo o valor agregado da TI vem das análises de negócios”, aponta.
A empresa encontrou uma maneira de reverter esse cenário ao migrar para um ambiente de infraestrutura como serviços (IaaS). Uma opção era alocar os ativos de hardware da Steel Technologies em escritórios com sistemas de segurança e de ar condicionado e instalações melhores do que o da companhia. "Mas se alguém batesse em um poste de telefone em Shelbyville Road?", diz Honerkamp, referindo-se à rua Louisville, em Kentucky, onde a empresa está sediada. “Poderia acabar com toda a companhia". Um investimento de 900 mil dólares em servidores, armazenamento, refrigeração e fontes de alimentação estava em jogo.
Em vez disso, optou por entregar a infraestrutura e a gestão do ERP a um prestador de nuvem privada. “Ele possui um data center, o hardware, os próprios aplicativos e os sistemas operacionais para gerenciar a infraestrutura. Além de fornecer um serviço de administração que cuida de tudo”, diz.
Recuperação de desastres e planos de contingência tiveram papel fundamental na decisão da empresa na hora de realizar a transição para um serviço em nuvem. O movimento também permitiu direcionar sete profissionais antes focados em infraestrutura para a análise dos negócios.
A migração para IaaS, no entanto, significou grandes mudanças nos papéis dos funcionários da tecnologia da informação. Por exemplo, hoje, a função do gerente de serviços técnicos é outra. “Antes, ele era o gestor de pessoas focadas em servidores”, diz. “Agora, ele ainda tem responsabilidades relacionadas à infraestrutura, mas terá de gerir a relação com os profissionais em um nível mais elevado”, afirma.
Essas novas habilidades são necessárias quando um serviço alocado dentro de casa passa para o modelo IaaS. “Assim, há uma mudança da função da equipe de TI”, avalia David Rutchik, sócio da empresa de consultoria de outsourcing Pace Harmon. E não é só. “Os gerentes devem se relacionar com as diferentes unidades de negócios. Assim, eles não apenas conhecem os benefícios que podem ser colhidos após a migração para o modelo as a service, mas também as limitações”, aponta Rutchik.
"Não há nenhum curso que ensine gestão de relacionamento", diz Honerkamp. "Em muitas empresas de médio porte, encontramos várias pessoas que se veem como gerentes executando as mesmas tarefas que as pessoas que reportam a elas. Mas um gestor precisa ser mais estratégico", pontua.
Rutchik acrescenta que TI também deve ter capacidade de análise financeira sólida, uma vez que mudar para IaaS pode gerar ramificações à medida que os custos são direcionadas para despesas operacionais. Honerkamp, um veterano CIO, tem essas habilidades. Enquanto isso, ele está recrutando novos analistas de negócios com habilidades operacionais, financeiras e de compras.
Quanto às salas antigas de equipamentos, a empresa deu uma nova função a elas: os espaços estão vazios, ação necessária para uma companhia em crescimento.
Fonte: CIO Update