Os novos limites para internet fixa

18/12/2019 10:38 - Por Denis Augusto Valente
Os fornecedores de internet são os mesmos que fornecem alimentação e TV a cabo. O aumento no consumo da internet é inversamente proporcional ao consumo de telefonia e TV a cabo. Em alguns países já se observa a tendência de cancelamento dos serviços de TV a cabo e contratação de serviços de streaming pela internet. Logo, uma internet ilimitada não é interessante para os provedores de serviços, pois significa uma redução na demanda dos demais serviços. O aumento do uso da internet exige mais infraestrutura e demanda cada vez mais investimentos. Sim, equipamentos tecnológicos ficam obsoletos rapidamente e investimentos constantes são necessários. 

Hoje temos franquia de uso de água, luz, telefone... Faz sentido que a internet também tenha franquia, porém uma franquia decente que permite um uso adequado, não impeça a inclusão das pessoas na internet e, principalmente que não seja um revés no desenvolvimento econômico e intelectual do país.

É óbvio que aqui no Brasil, as pessoas vão pagar o pato novamente. Enquanto a menor franquia de nós EUA é de 50GB mês, aqui no Brasil, estamos falando em 10GB. O máximo aqui no Brasil, 130GB nos maiores planos. Na mídia, os provedores com mais clientes nos EUA (80% do mercado) oferecem 300GB por mês, volume suficiente para uma família usar muito bem assistindo filmes, ouvindo músicas ou usando qualquer aplicativo na rede. 

A solução não é proibição do limite e sim abertura de mercado, permitindo que empresas estrangeiras possam oferecer os serviços e agitar a concorrência no segmento para forçar o aumento na qualidade dos serviços e consequente redução de custos. Além disso, desburocratizar a atividade de exploração dos serviços e para isso faz se necessário mudar a mentalidade dos gestores das agências reguladoras e até mesmo dos nossos legisladores (missão impossível, né!?). 

Uma sociedade mais livre, com mais concorrência e menos barreiras dará a força que o consumidor precisa para exercer seu livre direito de escolha dentre diversos serviços e pressionará de forma natural como empresas a serem mais eficientes para conquistar seus clientes que virão por opção, e não por obrigação.

Denis Augusto Valente